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31.5.16

Michel Temer e a política de juros

Posted: 31 May 2016 01:17 AM PDT

Amanhã, quarta-feira,  está agendada a sabatina do Ilan Goldfajn (leia-se goldfain) pela Senado Federal. O plenário do Senado deverá votar na sequência para que o presidente do Banco Central indicado pelo presidente Temer, possa participar da próxima reunião do COPOM. Aproveito para reproduzir o texto do e-book de minha autoria Brasil tem futuro? , para entender como importante é, a indicação do presidente do Banco Central, dentro do quadro de depressão em que o País se meteu. 

Eu disse no e-book:

Um dos maiores equívoco da política econômica "neoliberal" dos últimos 22 anos é a "política de juros". Brasil se porta como um país de economia estável como Estados Unidos, Alemanha ou Japão. Brasil está longe de ter os indicadores comparáveis com aqueles países desenvolvidos. No entanto, os sucessivos governos "neoliberais", tanto PT como PSDB, praticaram "fórmula clássica" recomendada pelo FMI e outros organismos de fomento ao desenvolvimento. Com Meirelles na Fazenda, o governo Temer não será diferente.

O Banco Central do Brasil tenta controlar a inflação apenas com a "política de juros", mesmo no ambiente de inflação próximo de dois dígitos (acima de 10%). Isto é um tremendo equívoco! A taxa de juros praticados pelo Banco Central, Selic a 14,25%, por exemplo, embute o "juro real" próximo de 5% ao ano. O Brasil paga juros reais, segundo maior entre 40 maiores economias do mundo, atrás apenas da Turquia! O que serve para economia com inflação dos países do primeiro mundo, não serve para o Brasil. As condições macroeconômicas são totalmente diferentes entre o Brasil e os países desenvolvidos para serem adotados os mesmos critérios. 

No ambiente econômico com juros reais muito acima da inflação, não controla a inflação, mas "realimenta" a própria inflação. O fato é que o Brasil está precisando financiar a sua dívida pública com dinheiro dos especuladores nacionais e estrangeiros. Só como informação, cerca de 17% da dívida pública bruta é financiada pelos especuladores estrangeiros, que eu chamo de "agiotas internacionais". A distorção acontece porque o Banco Central do Brasil tenta evitar a fuga do capital especulativo estrangeiro, pagando juros "abusivos". Isto que é a realidade!  O resto é conversa para boi dormir.

Uma boa "política de juros" aliada à "política cambial" e rigoroso "controle do expansão da base monetária", poderão induzir a economia a tomar o rumo do desenvolvimento sustentável do País, no curto prazo. A "política de juros" e a "política cambial" deverão perseguir a meta de inflação e a meta de crescimento. O Banco Central tem diversos instrumentos para estabelecer a "calibragem" dos "juros" e do "câmbio" em níveis adequados para alcançar as metas preestabelecidas.  

A "dogma" de que o Banco Central deve ser "independente" do governo é uma "falsa tese" que é aceita e adotada na prática pelos formuladores da política econômica dos sucessivos governos "neoliberais". Imagine se o FED praticasse política monetária na contra mão do presidente da dos EEUU ou que o Banco Central europeu ousasse divergir do(a) pensamento do(a) chanceler da Alemanha. 

O Banco Central independente, não existe na prática. Banco Central independente é falsa dogma. Banco Central de qualquer país está interdependente com o governo em exercício. É impensável que o Banco Central existisse apenas no controle da moeda, sem se preocupar com a realidade econômica do País.

No Brasil dos governos "neoliberais", o ministro da Fazenda vai para um lado e o presidente do Banco Central vai para outro lado. Cada um rema para direção diversa e muitas vezes opostas. Essa queda de braço entre o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central torna-se visível até para leigos. O fato é que no Brasil, o presidente ou a presidente da República não dá diretriz para que ambos caminhem no mesmo sentido. Infelizmente, o Brasil é desprovido de presidentes competentes na área econômica. 

A consequência nefasta desta "política econômica" equivocada é a transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos. Pelos indicadores econômicos atuais, 96% da população, cerca de 196 milhões, transferem cerca de R$ 200 bilhões por ano para os "agiotas internacionais" e para 4% ou 8 milhões da população brasileira. Nunca se viu tamanha transferência de renda dos mais pobres para mais ricos com a justificativa de "controle da inflação". 

Não vou aqui estabelecer especificamente, em números, as metas de inflação e de crescimento do País, nem tão pouco colocar aqui, a política de juros e a política de câmbio, porque é tarefa da equipe econômica do presidente da República. O que vale é a tese defendida aqui na nova matriz econômica proposta por este editor. 

Se deixar que eu desenhe a política econômica, farei que o Brasil cresça 6% por ano, ao longo de décadas, com moeda estável. Diante do quadro de "depressão", de queda contínua do PIB e consequentemente o número de desempregado em ascensão, a medida mais importante deveria ser o corte da taxa de juros Selic para algo como 0,5% abaixo da taxa de inflação presente. Para a taxa Selic ligeiramente abaixo da inflação, há que mexer no depósito compulsório de bancos e nos percentuais de aplicação dos fundos de investimentos em títulos públicos. Solução tem. No entanto, um presidente do Banco Central do setor bancário, hesitará em tomar  as medidas propostas por mim.

O Brasil é um país que tem todos ingredientes para elaborar um plano de desenvolvimento sustentável. É imprescindível, para que isto possa acontecer, que o País tenha um presidente além de probo e competente, um presidente da República que tenha competência para dar indicação segura ao novo presidente do Banco Central.



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O Brasil tem potencial para crescer sustentavelmente por várias décadas. Para isto, basta que o presidente da República olhe não só o próprio umbigo, mas sobretudo, olhar o horizonte do seu povo, levando em conta toda potencialidade que o País oferece. 
Ossami Sakamori

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